Ahh, a economia, como ensinar aos investidores iniciantes?
Inflação, deflação e recessão, são palavras assustadoras não é mesmo?
Se sua resposta foi sim, certamente você ainda se agarra na crença popular de que economia é complexa, e que o tema deve ser abordado apenas para quem atua nessa área.
Nesse artigo falaremos sobre economia para investidores iniciantes de maneira mais simples possível.
Nada contra a tabela periódica ou grande formula de Bhaskara.
Mas se as escolas tivessem optado por economia como disciplina obrigatória no lugar de química ou matemática, você certamente teria outra visão sobre economia e negócios.
E falamos disso com propriedade, já que é constante as perguntas sobre economia para investidores iniciantes.
Entender como funciona a economia para investidores iniciantes de maneira simples e rápida, ajuda a prever e evitar as crises financeiras e o sofrimento econômico desnecessário.
Ray Dalio, investidor bilionário e criador do maior fundo de investimentos do tipo hedge do mundo, defende que a economia funciona de uma forma simples e mecânica.
Se você quiser saber mais sobre Ray Dalio, vamos deixar abaixo um dos seus melhores livros para você ler.
Vamos começar explicar os conceitos da economia para investidores iniciantes.
Por isso, vamos utilizar o conceito criado por Dalio para explicar a você como funciona a máquina de economia.
De forma simples, didática e sem enrolação, pra você aprender sobre o mais básico de economia para investidores iniciantes.
De acordo com Dalio, a máquina da economia é basicamente composta de algumas peças e um monte de transações simples que se repetem a todo instante.
Explicando as transações na economia para investidores iniciantes.
Vamos começar pela parte mais simples da economia: Transações. Esse conceito sobre transações na economia, todos investidores iniciantes devem saber.
Uma economia é simplesmente a soma das transações que a compõem.
Cada vez que você compra alguma coisa, você cria uma transação.
Ou seja, cada transação consiste em um comprador trocando dinheiro ou crédito com um vendedor por produtos, serviços ou ativos financeiros.
Transações são peças fundamentais na máquina da economia.
Pessoas, empresas, bancos e governo são as partes que se envolvem nas transações, seja como compradores ou como vendedores, trocando dinheiro e crédito por bens, serviços e ativos financeiros.
O maior comprador e vendedor é o governo, e governo entende-se por duas partes:
1- Governo central, que é quem recolhe impostos e gasta dinheiro.
2- Banco Central, que é quem controla a quantidade de dinheiro na economia.
O Banco Central controla a quantidade de dinheiro na economia manipulando as taxas de juros e imprimindo dinheiro.
Por isso, o BC é um importante player no fluxo de crédito.
Por falar em crédito…
Temos que falar sobre crédito para os investidores iniciantes.
Crédito é a parte mais importante da economia e provavelmente a menos compreendida.
Transações podem ocorrer entre compradores e vendedores, mas também entre credores e tomadores de empréstimos.
Os credores querem fazer o seu dinheiro virar mais dinheiro, enquanto os tomadores geralmente querem comprar algo que não podem pagar, ou querem investir em algo com abrir um negócio.
E o crédito ajuda os dois.
O tomador de empréstimo promete pagar ao credor o valor principal + uma quantia adicional chamada de juro.
Taxas de juros estão altas, reduzem a procura por empréstimos, pois estes ficam mais caros.
Taxas de juros baixas, aumentam a procura por empréstimos, pois estes ficam mais baratos.
Então, por que o crédito é tão importante?
Porque quando o tomador recebe seu empréstimo, ele está pronto para aumentar os seus gastos.
O consumo dirige a economia, pois o gasto de uma pessoa é a renda de outra.
Quando a renda de alguém aumenta, os credores ficam mais interessados em lhe emprestar dinheiro, porque agora, ele é mais “merecedor do crédito”.
Um bom pagador tem duas características: capacidade de pagar e garantias.
O aumento da Renda permite aumento do empréstimo que permite o aumento do consumo.
E já que os gastos de uma pessoa é a renda de outra, isso leva ao aumento de empréstimos e assim por diante, gerando assim o crescimento econômico.
Com o crédito na economia, passamos por ciclo.
Pelo simples fato de que quando adquirimos crédito, ele nos faz consumir mais do que produzimos, mas nos força a consumir menos do que produzimos quando temos que pagá-lo.
Em uma economia sem crédito, a única forma de aumentar a renda de uma pessoa, seria produzindo mais.
Dessa forma, estaríamos em constante crescimento.
O problema é que quando o total do consumo e a renda crescem mais rápido do que a produção de bens, os preços aumentam.
Inflação e deflação já ouviu muito falar? Vamos conhecer!!
Chamamos isso de inflação.
Quando o BC percebe o aumento da inflação, ele aumenta a taxa de juros, o que encarece e reduz os empréstimos, reduzindo também o consumo.
E já que os gastos de uma pessoa é a renda de outra, os rendimentos também caem.
Quando as pessoas consomem menos e os preços acabam caindo como consequência, o que chamamos de deflação.
Com a deflação, as atividades econômicas diminuem e chegamos a uma recessão.
Se a recessão ficar muito severa, o BC intervém novamente, baixando as taxas de juros, deixando o crédito mais atrativo.
A taxa de juros mais baixa aumenta a quantidade de empréstimo, que aumenta os gastos, que aumente a renda, e aumenta o consumo novamente.
Esse ciclo é conhecido como Ciclo da dívida de Curto Prazo.
Recapitulando o que você leu…
Na primeira parte, explicamos que economia é a soma de todas as transações que a compõem.
Explicamos também que transações são basicamente um comprador trocando dinheiro ou crédito com um vendedor por produtos, serviços ou ativos financeiros, e que compradores e vendedores podem ser pessoas, empresas, banco e governo.
Abordamos a importância do crédito, a inflação com o aumento do consumo, a intervenção do Banco Central para conter a inflação e, se necessário, uma nova intervenção para estimular a economia após uma recessão.
Ciclo da Dívida de Curto Prazo.
Todo esse ciclo de que falamos até agora é conhecido como Ciclo da Dívida de Curto Prazo.
Este ciclo normalmente dura de 5 a 8 anos e acontece sucessivamente por décadas.
O topo de cada ciclo termina com mais crescimento econômico e com mais dívida que o ciclo anterior.
Isso acontece porque quando há uma recessão e o Banco Central intervém reduzindo as taxas de juros para estimular a economia, as pessoas tendem a pegar mais empréstimos e consumir mais do que pagar suas dívidas.
Esse comportamento faz com que, após longos períodos, as dívidas passem a crescer mais rápido que a renda, gerando o que chamamos de Ciclo da dívida de Longo Prazo.
Apesar das pessoas estarem endividadas, os credores oferecem ainda mais crédito.
Com mais crédito, as pessoas têm mais renda e mais gastos.
As pessoas tendem analisar apenas o que está acontecendo no momento.
E, no curto prazo, os rendimentos voltam a aumentar, os valores dos ativos sobem e o mercado de ações começa a rugir.
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Vale a pena comprar bens, serviços e ativos financeiros com dinheiro emprestado.
Mesmo que a dívida venha crescendo, a renda também cresce bem rápido para compensá-la.
E a lógica é bem simples: desde que os rendimentos continuem crescendo, a dívida se mantém controlada.
Com o mercado aquecido a as dívidas aparentemente controladas, o preço dos ativos dispara.
As pessoas pegam mais dinheiro emprestado, para poder comprar os ativos como forma de investimento.
E como vimos anteriormente, o aumento do consumo também gera aumento do preço, o que faz com que o preço desses ativos dispare novamente.
O aumento da renda e do valor dos ativos faz com que as pessoas se sintam ricas e, ao mesmo tempo, faz com que os tomadores de empréstimo continuem obtendo mais crédito por um longo tempo, pois eles têm ativos como garantia e são considerados bons pagadores.
O problema é que chega uma hora em que as dívidas vão crescendo e criando parcelas cada vez maiores.
E, em algum momento, essas parcelas começam a crescer mais rápido que a renda, forçando as pessoas a cortarem seus gastos.
E já que o consumo de uma pessoa é a renda de outra, o corte de gastos de uma pessoa também é a redução nos rendimentos de outra.
Alguém que não possui muitos rendimentos não é considerado bom pagador, o que faz com que as pessoas tenham menos acesso ao crédito.
Ou seja, também há redução nos empréstimos.
Quando isso ocorre, chamamos de desalavancagem.
Desalavancagem
Nesse processo, ocorre a redução na renda, mas as parcelas das dívidas se mantêm.
Então, o único modo para as pessoas pagarem suas dívidas, é vendendo os seus ativos.
A corrida para venda de ativos gera uma alta oferta, fazendo com que o preço despenque.
Ao mesmo tempo, o mercado de ações entre em colapso e os bancos entram em apuros com os preços dos ativos em queda, pois o valor das garantias dos tomadores estão hiper desvalorizados.
A desalavancagem se parece muito com a recessão.
Em ambas, as pessoas cortam seus gastos, os rendimentos caem, o crédito rapidamente desaparece.
A diferença é que na desalavancagem não há qualquer intervenção do Banco Central, pois a taxa de juros já está baixa e por isso não há mais como gerar estimulo para a economia e para o consumo.
Os encargos da dívida dos tomadores de empréstimos simplesmente ficaram enormes e não podem ser aliviadas pela redução das taxas de juros.
Os credores, por sua vez, percebem que as dívidas atingiram um valor tão alto que nunca poderiam ser pagas, pois os devedores perderam sua capacidade de pagar e suas garantias perderam valor.
O que se deve fazer em uma desalavancagem?
Em resumo, em uma desalavancagem o grande problema é que os encargos das dívidas estão muito altos e precisam cair.
Há 4 maneiras disso acontecer:
1- Pessoas, empresas e governos cortam seus gastos.
2- Dívidas são reduzidas por meio de processos de reestruturação.
3- Riqueza é distribuída dos que tem para os que não tem.
4- O Banco Central imprime dinheiro novo.
A primeira ação tomada é o corte de gastos para que pessoas, empresas e governos possam pagar suas dívidas.
Quando os tomadores param de fazer novos empréstimos e começam a pagar dívidas antigas, espera-se que os encargos da dívida diminuam.
Mas não é o que acontece.
E por que?
Porque o consumo foi cortado e os gastos de uma pessoa é a renda de outra.
Isso faz os rendimentos caírem, e eles geralmente caem mais rápido do que o pagamento das dívidas, o que faz com que o encargo da dívida fique, na verdade, pior.
O corte de custo nas empresas significa aumento no desemprego, o que leva ao segundo passo: as dívidas precisam ser cortadas.
Muitos devedores se veem incapazes de pagar os seus empréstimos.
Quando um devedor não paga um banco, as pessoas tendem a achar que o banco também não será capaz de reembolsá-las.
Então, elas correm para o banco para retirar o seu dinheiro.
O crédito é um ativo do credor.
Se você não pagar, ele simplesmente desaparece.
Para que seus ativos não desapareçam, os credores concordam com uma reestruturação da dívida.
Reestruturação da dívida significa que os credores receberão menos ou receberão em um período mais longo ou então com juros menores do que foi combinado inicialmente.
De alguma forma, o contrato é quebrado de um modo que se reduz a dívida.
Os credores preferem ter pouco de algo do que não ter nada.
Mesmo que a dívida antiga desapareça, a reconstrução da dívida faz os valores das rendas e dos ativos desaparecerem ainda mais rápido, de modo que o encargo da dívida continua a piorar.
Menos renda e menos emprego significa o governo arrecadando menos impostos ao mesmo tempo em que ele precisa aumentar os seus gastos, visto que com o aumento do desemprego muitas pessoas acabam precisando do apoio financeiro do governo.
Os déficits orçamentários dos governos explodem em uma desalavancagem porque eles gastam mais do que arrecadam de impostos.
Isso é o que está acontecendo quando você ouve sobre déficit orçamentário no noticiário.
Para financiar seus déficits, os governos precisam aumentar os impostos ou pedir dinheiro emprestado.
E com a renda caindo e tantos desempregados a alternativa é buscar dinheiro com os ricos.
Uma vez que os governos precisam de mais dinheiro e a riqueza está fortemente concentrada nas mãos de uma pequena porcentagem da população, os governos naturalmente aumentam os impostos sobre os ricos, o que facilita a redistribuição da riqueza na economia, dos que têm para os que não têm.
Acontece que a queda dos preços dos ativos e os impostos mais altos faz com que os que têm dinheiro comecem a se ressentir daqueles que não o têm.
E se a depressão continua, uma desordem social pode irromper.
Ao perceber que a tentativa de redistribuição de renda também não foi suficiente para conter a desalavancagem, está na hora do último passo.
Apesar do Banco Central não conseguir intervir baixando a taxa de juros, é ele quem pode imprimir mais dinheiro.
Diferentemente da diminuição de gastos, redução da dívida e redistribuição da renda, imprimir dinheiro é inflacionário e estimativo.
Inevitavelmente, o Banco Central imprime dinheiro novo do nada, e o usa para comprar ativos financeiros e títulos da dívida do Governo.
A compra ativos financeiros com esse dinheiro ajuda a elevar o preço dos ativos, o que deixam as pessoas mais dignas de crédito.
Já a compra de títulos da dívida faz com que o Governo Central tenha dinheiro para poder comprar bens e serviços e colocar o dinheiro na mão das pessoas.
Dessa forma, o Banco Central empresta dinheiro para o governo, permitindo-o que mesmo com o déficit.
Sendo possível aumentar os gastos com bens e serviços, através de programas de estímulos e benefícios para desempregados.
Imprimir mais dinheiro não irá gerar inflação?
Não, se isso compensar a queda de crédito.
É necessário imprimir dinheiro suficiente para a renda crescer mais do que os juros.
E se imprimir mais dinheiro é a solução, por quê esse não foi o primeiro passo?
E imprimir dinheiro poder ser facilmente abusivo, porque é muito fácil fazer as pessoas preferirem isso do que as outras opções.
A chave é evitar imprimir muito dinheiro e causa hiperinflação.
A chave é evitar imprimir muito dinheiro e causa hiperinflação.
Quando a renda começa a aumentar, os devedores começam a aparentar mais dignos de crédito.
E quando os devedores aparentam ser mais dignos, os financiadores voltam a emprestar dinheiro.
Se os políticos atingirem uma balança correta, a desalavancagem não é muito dramática.
E o crescimento da dívida desacelera, mas o fardo da dívida diminui.
De modo grosseiro, demora mais de uma década para o Fardo da Dívida cair e para as atividades econômicas voltarem ao normal, mais conhecida como década perdida.
E apesar de a economia ser muito mais complexa do que explicamos aqui, entender os ciclos da dívida nos permite visualizar onde estivemos, onde estamos agora e para onde provavelmente estamos indo.
E vocês devem levar em consideração esses conceitos básicos na economia como um investidores iniciantes.
Agora que sei mais sobre economia, quais os próximos passos para investir melhor?
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